Escolhi este dia para falar para todos os meus amigos portugueses que tiveram que abandonar o seu país à procura de trabalho.
Eu sei que a emigração sempre aconteceu neste país (e não só). Tenho família emigrada há muitos anos. Mas hoje escrevo para os meus amigos que foram embora.
De diferentes áreas profissionais e até zonas do país, tenho vários amigos que tiveram que transformar a sua vida numa mochila e partir.
Deixaram para trás a família, os amigos, as ruas que conhecem bem, a comida que sempre foram habituados, o conforto (e não falo da zona de conforto), falo do conforto que lutaram para ter, as suas casas, os anos de dedicação de trabalho e estudo e começar do zero.
São todos diferentes.
Uns sofreram muito por terem que aceitar que escolheram uma profissão onde o país onde nasceram e investiram na formação não lhes dá soluções. E ainda hoje, querem muito voltar e sofrem com a distância e com as saudades.
Outros, transformaram as fragilidades em oportunidades e encararam a emigração como um desafio. Gostam muito de voltar cá, sentem falta do cheiro das praias, do sabor das sardinhas e do bacalhau e de ouvir falar português.
Outros ainda, emigraram por opção. Olharam para Portugal como o país que lhes fecha mais portas do que abre. Que lhes retira mais dinheiro nos recibos verdes do que lhes dá a ganhar.
E partiram. Porque queriam viver experiências novas em países diferentes daquele que nasceram. Já estes, não são inundados em saudades, excepto a família e pouco mais. Aceitam que o país atravessa uma fase pela qual não querem viver e estão muito bem no novo país, sentindo-se até como parte desse mesmo país.
Alguns deles a triunfar largamente por terras estrangeiras e digo isto com o coração repleto de orgulho!
Mas todos, sem excepção deixaram muitas saudades no meu coração.
E será que algum dia voltam?
E será que este país vai continuar a levar os meus amigos ao aeroporto?
E será que este país vai continuar a formar jovens para depois eles se transformarem em um problema para o país e fazerem parte de uma estatística negra?
Tenho saudades vossas meus queridos.
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