Posso não ser atenta, mas não sou mal educada!
Não sou a pessoa mais atenta do mundo.
Não decoro (nunca aconteceu) a cara dos meus vizinhos, por isso, se algum dia me cruzar com um assaltante o mais certo é cumprimentá-lo.
Não sou de fazer amizades com vizinhos só porque moram ao meu lado.
Ou seja, são vizinhos. Apenas e somente isso.
Não aprecio aquele registo de vizinho que entra na casa de vizinho para falar de outro vizinho. Comigo, esqueçam!
São pessoas que respeito e que educadamente cumprimento quando me cruzo, sem fazer ideia se moram lá, se são visitantes, se acabaram de raptar alguém ou se são me vão atacar a mim. Para mim são todos iguais.
Mas, nem todas as pessoas pensam assim e têm liberdade para pensarem como quiserem.
E como já algum tempo não dava tempo de antena à ursa da minha vizinha (aqui, aqui), hoje, pela primeira vez fiz uma coisa que não tenho costume de fazer.
Fui mal educada por opção, porque quis e porque me apetecia a algum tempo.
Andei a relativizar a má educação da minha vizinha, quando me fechava a porta do prédio na cara, ou subia no elevador sem esperar e até mesmo quando lhe dirigia os bons dias e ela olhava para o chão e não respondia.
Então, hoje entrei no prédio olhei na cara dela, fixamente e pensei:
Hipótese 1:
Enfio-lhe já uma cabeçada à Cais do Sodré e a deixo viradinha ali que é um instante.
Hipótese 2:
Fico a olhar fixamente na cara dela sem tecer qualquer som.
Decidi juntar as duas hipóteses, ou seja, fiquei fixamente a olhar para ela como a hipótese 2 mas com o sentimento interior da hipótese 1.
Resultado?
Senti-me muito melhor!
E partir de hoje, não a voltarei a cumprimentar.
Desculpa Mãe e Pai que sempre me educaram a cumprimentar as pessoas, mas neste caso lamento… não dá mais!
Pessoas destas só funcionam assim.
Desprezo, bom humor e banhos de sal grosso para limpar as más energias! 😉
Créditos da fotografia: Quino Al