Como já disse várias vezes aqui no blogue, não sou a pessoa mais atenta do mundo.
Mas há dias que até me surpreendo a mim própria e reparo nas pessoas!
E foi num dia destes que me cruzei com a R no meu prédio.
Uma miúda mesmo gira!
Com uma pinta do caraças!
E eu (que faço isto muitas vezes) virei-me para ela e disse-lhe logo:
“És muita gira! Moras aqui?”
E ela ficou corada até à testa e depois, quando saímos do prédio, lá me contou umas coisas. Nomeadamente, porque eu nunca a tinha encontrado no prédio.
Então não é que esta miúda sofre de bullying porque é gira, porque veste coisas giras, porque é boa aluna e porque adora ler e estudar?!
Pois é!
E um dos motivos para não me ter cruzado com ela no prédio é porque há duas irmãs (filhas daquela vizinha que já falei aqui, aqui e aqui)que lhe fazem a vida num inferno, então evita a todo o máximo sair sem os pais.
Que para além de lhe infernizarem a vida na escola, também o fazem no prédio!
E eu tive que mandar um:
Fodasssssssssseeeeeeeeeeee!
Como é que não se manda um par de galhetas a essas infelizes?
E foi ai que me lembrei da cena que falei aqui e pensei que devia ter partido para a cabeçada à Cais do Sodré!
Dammmmmm!
E depois o pior é que como o bullying está associado a miúdos mais tímidos, mais introvertidos, aparece esta miúda gira que se farta a ser vitima de miúdas mal formadas a mandarem-lhe tinta para a roupa, cortarem-lhe o cabelo, roubarem-lhe cadernos e roupa, fazerem montagens de fotografias com mulheres nuas com a cara dela e espalhar pela escola, fazerem-lhe esperas, baterem-lhe e ninguém faz nada, porque quando olham para ela, não se encontra a típica vitima…
O que se faz?
Eu não sei, mas gostava muito de saber.
Como diria o meu Pai:
“Oh filha, o teu forte nunca foi a paciência!”
E não!
De facto, não!
Fiquei com o estômago às voltas com esta história.
E pelos vistos isto vai durar, até as miúdas quererem.
Porque os pais dela estão a tentar ir pela via judicial e nada vai acontecer…
Mas a miúda tem uma cabeça óptima.
Aceitou isto como uma fase e sabe que com as notas que têm vai entrar no curso que quer e está-se lixando para essas frustradas.
E eu só pensava:
“Vais sambar na cara das inimigas!!!”
A única coisa que lamenta é, não aproveitar a parte lúdica da escola e sabe que quando for adulta vai sentir falta de não ter histórias divertidas para contar, porque passa os intervalos escondida e evita ao máximo colocar-se em perigo.
Mas fora isso, diz que não desfoca dos estudos e que está deserta de acabar o ano porque depois vai mudar para outra escola.
Que Deus me perdoe, mas era umas galhetas tão, mas tão bem dadas às meninas ressabiadas que tiram o prazer da vida a uma miúda tão querida e com uma cabeça tão boa como esta.
Lá ia eu bater outra vez no tema:
Comportamento gera comportamento!