Parece que foi ontem…
Lembro-me de tudo…
Do teu olhar, da tua voz…
Hoje escrevo para ti minha Guerreira.
És a Super Mãe mais forte que conheço!
Tinha eu acabado de chegar de Madrid, cheia de roupinhas para o teu Príncipe quando soube que ele tinha acabado de ser internado. Ainda nem um semestre de vida tinha e já estava internado. Fiquei de rastos.
Ou melhor, pensei eu que tinha ficado de rastos.
Ainda estava para vir o que me iria colocar de rastos.
Os primeiros diagnósticos eram confusos e quase por tentativa erro.
Fui visitar-vos sempre que pude. Cada visita olhava para ti e via-te cada dia mais destruída mas, por outro lado, com mais força.
“Soltem a paredeeeee”, era assim que eu brincava com o Príncipe, na esperança daquilo tudo passar depressa e ele ir para o pé do Super Paizão e da Mana mais querida do mundo.
O Príncipe é mesmo um Príncipe! Sempre bem disposto, sempre com um sorriso para dar, sempre a colaborar. Um guerreiro.
Até que um dia chego e vejo-te sentada na cama do Príncipe com ele deitado entre as tuas pernas, com a cama encostada à janela. Eu entrei e vocês estavam em contra luz, só via a vossa silhueta.
Tu choravas.
Disseste: “Amiga, o Príncipe teve outro ataque. Sugeriram que temos que ir fazer exames ao IPO”.
Hoje confesso que por dentro fiquei gelada, só me apetecia partir aquele hospital inteiro. Só me apetecia gritar com o mundo até ficar sem voz. Só me apetecia sei lá o quê. Só não queria que aquilo estivesse a acontecer. A ti não. Ao Príncipe não. À tua família, que tanto adoro e estimo, não. E porque o Príncipe ainda era um Principezinho.
Controlei-me e tentei ser sensata, apelar ao bom senso. Mas por dentro estava destruída. Agora sim estava de rastos
Abracei-te com tanta força que senti o teu coração a bater.
Quis-te dizer com aquele abraço que estaria lá para tudo. Seja lá o que fosse o tudo.
E o pior confirmou-se.
A tua vida passou a ser o IPO. E a minha a pensar em vocês 24h/dia. A angústia. A espera de notícias.
Passei a dormir com o telemóvel em cima do peito com o som no máximo à espera que me escrevesses a dar boas notícias.
Cada vez que te via, sentia-te mais esfarrapada. Mas depois olhava para o Príncipe e ele a aguentar tudo estoicamente, que nem herói.
Eu não tinha a mínima dúvida das tuas capacidades de Mãe, porque já me tinhas mostrado a tua raça com a tua Princesa.
Mas desta vez, passei a aplaudir-te de pé.
Aguentaste, aguentaste, aguentaste até onde só uma Mãe que ama muito aguenta.
Aguentaste tudo pelo teu Príncipe. Pela tua família.
Tenho tanto orgulho em ti!
És sem dúvida uma das mulheres que mais admiro na minha vida.
E ele conseguiu!
E tu conseguiste!
E toda a vossa família conseguiu!
E vocês deram um chuto nessa doença manhosa e traiçoeira.
Lembro-me de sair das visitas tardias do hospital e levar quase 1h a chegar a minha casa e pelo caminho ir a soluçar de tanto chorar a dizer: “Ele tem que conseguir. Ele vai conseguir.”
Confesso-te hoje, que passava o tempo das visitas a fazer palhaçadas (porque palhaça eu sou!) para tentar animar o Príncipe e até a ti, mas quando saía do hospital e encontrava o meu carro muitas vezes sozinho na noite daquele parque de estacionamento, desabava!
Lembro-me também de recorrer à fé desesperada…
Recorri a tudo o que estava ao meu alcance…
Só não queria que vocês passassem por aquilo…
I’m feeling Orange… Orange de cor-de-laranja sabes porquê?
Porque no pior momento da minha vida, ofereceste-me um gorro cor-de-laranja que me acompanhou todos os dias como se fosse um amuleto.
Uns meses depois de me teres oferecido, e numa das visitas que me fizeste a tua Princesa disse:
“Ah, tens o gorro que te oferecemos! Mas ele está maior, está mais dobrado!”
A sinceridade de uma criança. Não era o gorro que estava maior, eu é que estava pior e mais magra.
Agradeço-te profundamente por teres estado sempre lá para mim.
Obrigada por todas as visitas e, principalmente, obrigada pelo teu amor.
Obrigada por teres confiado sempre em mim e nunca me teres deixado desistir.
Obrigada por seres essa Mulher tão inspiradora e já sabes que:
“Quando for grande, quero ser como tu!”
Adoro-te!
Palavras muito bonitas!!!!
Obrigada 🙂
Textos assim só não emocionam quem não tem coração. E visitar o teu blogue é mesmo encher-nos de carinho. O carinho que metes nas histórias que contam.
Ficamos mesmo felizes que esta seja uma das típicas histórias cor-de-rosa, no final. (Cor-de-Rosa é uma cor feia, mas é o que simboliza tipicamente um final feliz). Muitos parabéns ao príncipe e a essa Mãe. 🙂
E a ti também, pois a nós, pareces-nos uma pessoa fantástica! A nossa Amélie… 🙂
Ela.
Tãoooooo queridaaaaaa!
Obrigada pelas palavras e pelo carinho!
Eu tenho sempre aquela sensação que nós atraímos os idênticos, por isso, vocês o Casal Mais Simpático Ever também são com certeza pessoas espectaculares! 🙂
Espero que essa familia tenha superado essa fase terrível, mas tu minha amiga és o anjo que sempre está presente e acompanha as pessoas que amas. És uma mulher fantástica com uma força extraordinária. Beijinhosssss
Querida Sandra!
Esse teu coração não tem fim de tão grande que é!
Obrigada pelas tuas palavras.
Beijinhos grandes