“Quero fazer a árvore. Pôr muitas bolas e fitas.
Quero em tons de dourado e vermelho como o Natal deve ser.
Quero fazer as filhoses e os sonhos.
Até o bolo rei eu quero fazer.
Quero tornar este Natal no melhor Natal da minha vida.”
Mariana era da Covilhã e estava a estudar há menos de 1 ano em Lisboa e a morar sozinha.
Era o seu primeiro Natal sozinha.
Mas ela não estava triste, muito pelo contrário.
Muito feliz.
Transformou aquela casa num presépio.
Eram luzes a piscar noite e dia.
A neve artificial espalhada nas janelas.
Até o jingle bells tocava todas as noites ao jantar.
Nos últimos 8 anos, os seus pais deixaram de celebrar o Natal.
O seu irmão Paulo, morreu na véspera de Natal e o Natal acabou nesse dia.
Esqueceram-se da Mariana e do quão ela gostava do Natal.
Até essa altura acreditava no Pai Natal e de um dia para o outro, teve que passar a aceitar que o Natal não existe sem lhe explicarem nada.
Simplesmente porque sim.
Mas este ano existe.
E ela não podia estar mais feliz.
Infelizmente acontece em muitas casas. A minha mãe, por exemplo, nunca teve uma festa de anos na infância / adolescência, porque a irmã dela morreu numa operação ao coração quando ela tinha cerca de 2 anos. Passou a vestir preto e a ir ao cemitério…
Felizmente que hoje em dia acontece cada vez menos estes casos!
Bem sabemos que não sabemos o que é ter um filho e logicamente que também não fazemos ideia do que será perdê-lo, mas a vida continua e há que lembrar-se que tem outro!
Sim, há muitas histórias assim… Beijinhos