Sinceramente às vezes perco-me em pensamentos e por muito que me esforce, não chego a lado nenhum.
E sinto que preciso de desabafar em alto sobre este tema.
Ora bem!
Andou o ex-marido (sobre o qual não vou referir o nome uma única vez no texto, porque para mim, ele é apenas o ex-marido da Bárbara) com aquele sorriso a roçar o marfim a encher a boquinha santa para desfazer na Bárbara.
Aliás, fez muito mais que desfazer, humilhou-a e usou os filhos para a destruir.
Aparecia sempre com um ar muito seguro e vestia fatos escuros a contrastar com a camisa muito branca para ter algum ar de credibilidade.
Jogou baixo, jogou muito sujo.
Chamou-lhe tudo o que lhe apeteceu.
Sempre a achar que isto era tudo dele!
Sem perceber que estava num total e visível desequilíbrio emocional (para não lhe chamar outra coisa).
A imprensa agradecia e a tinta ia escorregando e fazendo capas atrás de capas de revistas.
A Bárbara?
Esteve em silêncio. Sempre.
Não apresentava o melhor sorriso, mas também não aparecia em lágrimas a pedir misericórdia.
E o povo quase que aplaudia o Sr. Professor.
Não se falava em outra coisa.
Mas agora o homem do fato escuro e camisa branca (fodeu-se) tramou-se!
Foi condenado.
A meu ver, foi uma pena muito leve para o que merecia.
Foi condenado a uma pena suspensa de quatro anos e seis meses de prisão.
Apenas isto.
Por isso, se ele quiser vai continuar a usar o tal fato, vai poder fazê-lo.
Apesar de eu achar que aqueles jumpsuits fornecidos pelo Estabelecimento Prisional de Caxias lhe ficariam muito melhor.
Ele vai continuar a vida dele com aquele sorriso sujo e maléfico.
Vai continuar a tentar manter aquela imagem de vítima.
Porque infelizmente as coisas são assim.
Um homem (pequenino como este) pode destruir a vida e a reputação de uma mulher que por acaso é a MÃE dos seus filhos e tem o direito de continuar a pisar a mesma calçada, tem o direito de continuar a ir ao pão, de beber um café…
Durante este tempo de “enchovalhanço”, será que a Bárbara poderia ir simplesmente beber um café sem ser chamada de bêbeda, puta, vaca ou má mãe?
Talvez não…
Mas como ainda terá que responder por outros crimes, pode ser que a pena agrave e que o tal jumpsuit lhe fique bem por uns tempos.
Mas…
O que me leva ao tal carrossel endiabrado de pensamentos é a crueldade das pessoas que continuam a prestar vassalagem ao Professor mesmo depois da condenação.
Não digo que todos temos que lhe atirar pedras.
Não falo em justiça pública.
Até porque a justiça é (ou devia ser) feita em tribunal e para já… foi!
Não digo que temos que nos portar como ele.
Valha-nos Deus isso!
Digo apenas que há um certo (MUITO) respeito que se perdeu pela Bárbara por ela nunca ter cedido ao mais fácil.
E parece que é menos vítima por isso!
Nunca se associou à postura de coitadinha sofrida de vítima.
Remeteu-se sempre à educação e ao silêncio.
Acredito que pensou nos filhos antes de qualquer coisa e preferiu ver-se humilhada sem resposta da parte dela, para proteger os filhos de mais novela na imprensa.
Nunca quis ser aquele tipo de mulheres que muitas vezes viram heroínas no nosso país (e provavelmente em outros) com a história dramática de um casamento com violência. Sem criticar quem o faça, mas na verdade, ela não o fez!
Então ocorrem-me algumas questões…
Lá porque a Bárbara não se vendeu às revistas a chamar nomes ao outro senhor, é menos vítima por isso?
Lá porque não escreveu um livro intitulado: “Nas mãos do monstro” é menos vítima por isso?
Lá porque não fez uma capa de revista a chorar agarrada aos filhos, é menos vítima por isso?
Lá porque não foi para um realty show tornar-se na nova sofrida de Portugal, é menos vítima por isso?
Lá porque a Bárbara é um mulherão do caraças, é menos vítima por isso?
Será que é isso?
Será que é por a Bárbara nunca ter perdido a postura, por ser bonita, por vestir bem, por ter um ar infeliz mas disfarçado com a esperança de reposta da verdade que é tão devastada publicamente pelos pessoas que apoiam o homem que foi condenado?
Será que eles leram algumas das mensagens que eu li que estão disponíveis no acordão que está público?
Ele escrevia-lhe coisas simpáticas como:
“Anormal”
“Analfabeta”
“Louca”
“Desequilibrada”
“Ordinária”
“Burra”
“Eu vou-te tramar”
“Não perdes pela demora”
“Vais ver o que te vai acontecer”
“Incrivelmente ignorante e inculta, que nem a tabuada sabe”
“Asnática”
“Uma mãe que é uma vergonha”
Um homem que arrasta os filhos para a praça púbica para um conflito de adultos, tem que ter um par enorme de tomates (e uma falta de noção ainda maior) para chamar vergonha a uma mãe que se manteve sempre em silêncio a tentar preservar a imagem dos filhos.
Atrevo-me a dizer que este senhor precisa de ajuda especializada, urgentemente!
E para terminar deixo mais algumas mensagens que este homem enviou ao namorado da Bárbara, onde mostra tudo o que ele é.
Porque ele não é apenas aquele homem do fato e da camisa branca.
Aquele catedrático de 66 anos com uma carreira intocável. Aquele homem licenciado em Filosofia e doutorado em Filosofia Contemporânea. Ele é muito isto. Ele reflete-se no que escreve:
“podes fodê-la por trás, pela frente, chupar-lhe o bamboleante silicone, mas o teu destino está traçado, a capado não escaparás”;
“diz o H. Miller que quem comeu uma gaja dos 20 aos 40 anos, comeu tudo o que há para comer”;
“tu ficaste com uns mamilos desfeitos, com umas peles soltas de umas tetas de onde balouçam flocos de silicone e, claro, uns gritinhos de orgasmos histérico-simulados ao minuto ¾, mas na verdade também não merecias melhor”.
Não escrevi este texto por ser feminista nem tão pouco com vontade de difamar ou agredir o ex-marido da Bárbara, não me dava a esse trabalho.
Escrevi este texto porque acho uma tremenda injustiça a Bárbara continuar a ser vítima nas mãos daqueles que lhe perderam para sempre qualquer gota de respeito.
E deixo aqui todo o meu respeito para a Bárbara e desejo que a partir de agora, os medos comecem a desaparecer e a normalidade da vida que regresse.
Para ela e para os seus filhos.
Fiquei escandalizada com as mensagens.
“Maléfico” foi um adjetivo muito bem aplicado mas quer-me parecer que mesmo assim não chega para descrever este ser.
Sim… não chega! ?