Era um dia destes de calor.
Ainda era cedo, estava sol, mas o calor não totalmente insuportável.
E ele lá andava a brincar com a relva.
Sentei-me no banco de jardim a olhar à volta.
Gosto de jardins, a este faltam-lhe flores coloridas, mas o verde que tem é bonito.
Também gosto de árvores, e estas são grandes.
É daqui que te escrevo, deste banco de jardim.
Segredaste-me que gostavas do nome.
“Bonjour… adorei!”
Eras tu porque eu sei que eras.
Porque tu a mim, não me enganas.
Também nunca o quiseste.
Sempre te disse que o próximo se chamaria Bonjour.
Não me deste novidade ao dizer que adoravas.
Afinal, éramos (somos) tão parecidos.
Estavas de cigarro na mão com uma camisola de riscas amarelas e cinza, no frio da minha aldeia que me adoptou, quando apareci e disseste:
“Bonjour Mon Amour!”
E hoje, sem pensar bem nesse dia, essa frase sai-me tantas vezes.
Olho para ele e digo-lhe o mesmo.
Gostas dele?
Eu sei que sim.
Eu sei por saber.
Eu sei.
Tu sabes.
♥
Créditos da fotografia: Dimitri Tyan