Começaste assim:
“Desculpa o horário…”
Achei estranho porque para ti nunca houve dias nem horas.
Eras de sempre. De todos os dias. De qualquer hora.
Eram 4h17 cá, desse lado um pouco mais cedo.
Eu? Dormia.
Estava tranquila, sem dores, com nada que me preocupasse, então dormia bem.
Não acordei com as tuas palavras.
Deste-me a notícia assim.
Muitas palavras soltas.
Sem pontuação.
Despejaste a notícia de uma forma que quase parecia que a querias relativizar.
Sabias que eu sabia o que é levar com uma notícia dessas.
Tu sabias. Porque tu quiseste saber e tantas vezes me perguntaste.
Tu importavas-te comigo e sabias que eu contigo.
Por isso, quiseste ser tu a contar-me.
Eram quase 8h quando li.
Gelei.
Não queria.
Não queria que passasses por nada do que irias passar.
Mas rapidamente te respondi.
Sempre ouvi dizer que amor com amor se paga.
E foi isso que fiz.
Ainda que destruída, em momento algum desisti.
Prometi-te que esse filho da puta não te ia destruir.
Escrevi tanto, mas tanto.
Fiquei tão zangada por termos um oceano pelo meio quando eu só queria abraçar-te forte, mesmo forte.
Esperei uma resposta tua.
Comecei a pensar na tua família e a vontade de os abraçar também.
Entretanto comecei a traçar um plano na minha cabeça para te dar força.
Depois comecei a ver as passagens aéreas.
E tu não dizias nada.
E o me coração já estava sôfrego…
E bombardeava-te de mensagens por todos os lados e aquele sinal de mensagem lida nunca chegava.
E nunca chegou.
Não fui a tempo de te responder. Perdoa-me.
Eu só queria ter acordado àquela hora… mas não acordei.
Só te queria dizer aquilo que te disse e escrevi todas as vezes que falei contigo.
Porque se há uma coisa que me deixa serena é que não houve uma única vez que não dissesse que te adorava, desde o primeiro dia.
Mas queria ter dito outra vez, queria ter dito naquele momento.
Como é que isto te foi acontecer?
A ti.
Aquele que via a vida de uma forma única e tão bela.
Ao artista da beleza a preto e branco.
Ao menino que deixava marca na vida de todos por onde passava.
Como??
E acabaste a última mensagem que me escreveste a dizer que:
“Obrigado por estares aí
Beijo querida”
Porque sabias que eu estaria sempre. Como eu a ti.
“Querida”… este querida que me chamavas sempre e que eu tanto gostava.
E vou estar sempre contigo no meu coração, porque seria impossível ser de outra forma.
Espero um dia vir a entender estas coisas, porque por agora… apenas dói. E dói muito.
Nunca mais vou dizer aquelas frases que gostavas muito de me ouvir dizer com a minha acidez, da mesma maneira.
Podia dizer que o mundo é que ficou a perder, porque ficou mesmo.
Perdeu-se um grande Homem.
Um grande Filho.
Um grande Irmão.
Um Neto tão querido.
Um Amigo maravilhoso.
Um Artista extraordinário.
Um Ser de luz e de AMOR.
Mas prefiro dizer que ganhámos todos por te ter nas nossas vidas.
Obrigada por cada momento, por cada gargalhada.
Obrigada por me chamares de Amélie e me trazeres o Le Fabuleux Destin d’Amélie Poulain à minha vida.
No fundo, a Ti se deve o nome deste blogue.
Meu Peixinho. Tu sabes. Eu sei.
E como me dizias: Adoro-te. Porque sim. ♥
Ficámos completamente arrepiados.
Muita força Amélie! Muita! Gostamos mesmo de ti… Mesmo!
Onde quer que ele esteja, estará orgulhoso de ti e dirá que não há nada a perdoar, mas a agradecer! Força!
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