Marco Paulo

O dia que fiquei fã do Marco Paulo!

Cresci com uma mãe que era (e é)completamente fanática por Marco Paulo.

Quando era mais nova preferia ouvir os Red Hot Chili Peppers ou mesmo os Guns N’ Roses ao Marco Paulo.

Na minha casa não faltavam vinis com o homem bonito dos caracóis.

Ouvia-se: “ …Joana pensar que estivemos tão perto…”

E o: ”… eu tenho dois amores…”

Mais tarde o: “… ma-ra-vi-lho-so coração…”

A playlist da minha Mãe era transversal a vários gostos.

O seu maior amor era (e é) o Marco Paulo, mas também ouvia António Variações, Queen, Elvis… e até tinha uma t-shirt de Skid Row (OMG).

Lá em casa haviam fotografias do Marco, festejava-se o dia de aniversário do Marco, chorou-se muito aquando da doença do Marco e se há coisa que nunca esqueço é a cara da minha Mãe com a revista Caras nas mãos, quando o Marco deu a primeira entrevista após a doença…

Quando se queria picar a Mãe era dizer coisas feias do Marco! E fugir a seguir!

Hoje, uns quantos anos depois (não interessa quantos, mas são alguns!) eu própria fiquei muito fã do Marco.

Fez 50 anos de carreira e festejou na SIC num programa da tarde que me vi obrigada a ver nas repetições.

Fiquei tão surpreendida!

Um verdadeiro Senhor!

Fiquei tão surpreendida, que pedi a um amigo que me mostrasse alguns dos melhores momentos do Marco, no concerto que fez no Coliseu a celebrar os 50 anos de carreira.

E fiquei muito arrependida de não ter ido…

Só temos um Marco Paulo, não há ninguém em Portugal como ele.

Ele podia ser um Sir Marco Paulo, como o Sir Paul McCartney, não acham?

Eu sei que as “camadas mais jovens“(e livrem-se de me chamar cota), não vão entender nada deste texto e vão achar que tenho 60 anos (ou mais)e sou uma labrega…

Mas não é bem assim… o Marco Paulo faz parte da cultura nacional deste País e muitas vezes intitulado como pimba e diminuído enquanto artista.

Porque (sem desfazer) somos mais que fado, mas parece que só se valoriza isso mesmo.

Depois de ver a homenagem, excertos do concerto, fui ainda ler umas coisas sobre ele e fiquei de boca aberta.

Ora vejam só:

Mais de 140 discos de platina, ouro e prata recebidos.

1 disco de diamante.

Mais de 70 discos editados (quase todos foram um sucesso).

Mais de 4 milhões e meio de discos vendidos.

E um sem fim de concertos.

Horas a fio de autógrafos.

 

Será que vão esperar que ele morra para dar o nome de Marco Paulo a alguma sala de espectáculos?

Com a morte do Nicolau Breyner dei por mim a pensar em alguns “tubarões” que Portugal tem e que muitas vezes são ridicularizados, desprezados, desvalorizados…

Se vou passar a ouvir no carro todos os dias? Não me parece.

Ou se vai ser a minha companhia nos phones no ginásio? Também acho que não.

Mas que o vou respeitar, lá isso vou!

Vale mais tarde que nunca!

 

E agora encho os pulmões e canto:

“…ninguém ninguémmmmm poderá mudar o mundo…”

 

E em Dezembro lá estarei eu no Campo Pequeno!

 

Créditos fotografia: Revista Sábado