Brilhante!
Não podia começar a escrever sobre esta peça, sem a intitular de brilhante e muito menos ainda de dizer um “bravo” para o Flávio Gil.
Chama-se “Minha Senhora”, está na Academia de Santo Amaro, é um monólogo com a interpretação soberba de Flávio Gil, encenação de Paulo César, texto de Marisa Carvalho e música de FF (Fernando Fernandes), produção da Associação Abraço e guarda-roupa de Nuno Gama.
Flávio Gil conta a relação de amor/ódio que criou com o vírus da SIDA. Mostra o quão duro e cruel é receber a notícia e ter que aceitar que é para sempre.
Admirei a preocupação da autora do texto em não atribuir o vírus da SIDA a nenhuma classe, grupo, género, o que for. É totalmente livre de preconceitos, tal e qual é a SIDA. Ninguém está imune. Basta um erro… e é para sempre.
Flávio Gil dá tudo naquele palco. Fiquei com o estômago esmagado… consegui sentir por momentos a culpa de quem vacila uma vez e paga a vida toda por isso. Senti o peso dessa dor. Senti o que possa ser viver com a “Minha Senhora”.
Obrigada Flávio, foi exactamente para isso que fui ver a peça. Para sentir. Em momento algum eu ouvi-te… apenas senti.
A confirmação que o Flávio Gil teria sido brilhante nessa noite, ficou selada com o aplauso de pé dado pela grande senhora do teatro, a Dª Eunice Munoz.
Se puderem, não percam.
Estará em cena até à última semana de Maio na Academia de Santo Amaro.
Para mais informações espreitem o site da Abraço: