Se não tem cornos… não é boi!

Ah pois é meus amigos mais queridos!

Hoje venho partilhar a minha indignação com a falta de noção e também tremenda falta de humildade que tenho andado a assistir.

Ora bem como eu acho que nem tudo pode ser por maldade, mas sim por estupidez e da grannnnnnde, venho ajudar a clarificar as mentes que podem andar baralhadas!

Há dias ligou-me um amigo meu que está desempregado há algum tempo, que me disse que agora há por aí uma nova vaga de pseudo-profissionais.

Tem 44 anos, 20 de profissão.

É fotógrafo.

Ou seja, é mesmo fotógrafo.

Eu não disse: Tem uma Canon, uma GoPro e tira fotos fixes.

Eu disse: é fotógrafo! OK?

Tem um curso. Tem muitas horas de estúdio e rua. Tem um portfólio gigante. Já fez muitas borlas. Já trabalhou com tantos, mas tantos clientes que perdeu a conta a quantos são. E mais uns quantos que nunca lhe chegaram a pagar. Tem imenso dinheiro investido em material. Ainda é do tempo dos rolos.

Ou seja, é fotógrafo.

Não tira fotos fixes, nem se autointitula de fotógrafo. É mesmo fotógrafo.

O mesmo se passa com os produtores, OK?

Não são pessoas que passam a “produzir” coisas, só porque sim. Ainda que, nem sabem bem o que faz um produtor, mas siga… são produtores.

Eu explico o que faz um produtor meus amores:

Podia explicar aqui as diversas áreas da produção, mas vou generalizar. São pessoas que fazem acontecer, que planeiam de A a Z, que anteveem problemas e são arraçados de mágicos para os resolver, que têm tantos anos de experiência que há pouca coisa que aconteça, que já não estejam à espera, que têm mais números de telemóvel na lista de contactos que as antigas Páginas Amarelas, que estão preparados para tudo.

OK? Entre muitas coisas, isto é um produtor!

Não é aquele cargo dado a alguém que “faz tudo”.

Um produtor faz tudo, quando é MUITO BOM. Quando já bateu tanto pé no terreno que comer relva ao pequeno-almoço é peanuts, OK? Faz tudo com responsabilidade e ética profissional. E uma entrega brutal sem medo de horários e maus pagamentos (ou mesmo falta deles) que só os anos de experiência trazem.

E não se é bom produtor, porque se acha que é! OK meus amores?

Ser produtor não é como ter olhos azuis, não se nasce produtor… FAZ-SE!

E isso requer tempo!

Mas isto estende-se a outras profissões, como pós-produtores, produtores gráficos, editores, câmeras, designers, copy’s, realizadores, maquilhadoras, e muitas mais!

Cada macaquinho no seu galho…

Qualquer dia acordam a pensar que são médicos e estamos todos fodidos!

Como dizia um grande amigo meu:

Se não tem cornos… não é boi!

 

Créditos da fotografia: Miro Alt

 

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21 Replies to “Se não tem cornos… não é boi!”

  1. João António says: Responder

    O pior é que isso é uma praga. Antes ainda disfarçavam mas agora assumem pseudo-profissões como se as tivessem.

  2. Não sei o que gosto mais neste post! Se do título, da imagem ou mesmo da verdade em cada palavra. TOP Parabéns pelo texto. Concordo com cada letrinhas. E sim é verdade: se não tem cornos, não é boi!

  3. Ui..tanta gente que não vai gostar deste texto….

    1. Sim sim! Principalmente todos aqueles que tem uma Canon, uma GoPro e tiram fotos fixes. Ahahahah
      Já me teceram comentários via mensagem no facebook 😉

  4. Acho que os que já cá andam há muito tempo têm que se moldar ao mercado. Eu não tenho curso e faço coisas espectaculares por isso… é como os taxistas e os uber!

    1. São pontos de vista…

  5. Pois é que é isto mesmo!
    E sobre este comentário dos ubers e taxistas é uma tristeza pensarem assim e fazerem comparações destas… mas enfim…
    Pena mesmo é contratarem este tipo de “profissionais”…

    1. É o valor de mercado… Cada um vale pelo trabalho que sabe fazer… E esses são mais baratinhos…

  6. Ahahahahah! Sou sua fã! Estes textos incendiários são demais Maria Amélia! Toma e embrulha ahahahah

  7. Isso é tudo dor de cotovelo?

    1. O meu nível de dor de cotovelo é igual ao nível de profissionalismo deste “pseudo-profissionais”… Zero.
      Mas, obrigada pela preocupação. 😉

  8. Antiguidade não quer dizer qualidade…

    1. Refere-se a quê?
      Leu bem o texto?

  9. Gostei da forma quase “engraçada” de tocar num tema tão sério e vergonhoso.
    E a vergonha vem de vários lados. Dos que se apresentam sem o serem. E os que os contratam sem reconhecerem quem o é. Quase que arrisco em chamar-lhe de ciclo vicioso. 

  10. Para uns entrarem outros têm que sair…

  11. Minha querida assino por baixo e com conhecimento de causa como bem sabes. Beijinhos

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