Depois de muita insistência por parte da família e do médico, o meu Pai lá decidiu ir para a hidroginástica.
E agora… ADORA!
Isto é como em tudo na vida.
Quando nos obrigam, não tem o mesmo sabor.
Ele foi porque quis e quando quis.
O resultado não poderia estar a ser melhor.
Adora as aulas, fisicamente as diferenças são muitas…
E tudo corre melhor.
No outro dia fui assistir a uma aula de hidroginástica.
E modéstia à parte o meu Pai é o melhor da aula!
Ah pois é!
Um verdadeiro atleta!
Fiquei cheia de orgulho.
Mas…
O que mexeu mesmo comigo foi outra coisa…
Na turma do meu Pai, há uma senhora de origem angolana com cerca de 60 anos.
Reparei nela porque ela estava agarrada à escada com muita força.
Não a largava por nada…
Tal não deve ser o pânico de se afogar.
Faz os exercícios mas sem largar o corrimão da escada.
No meio da aula, vejo o meu Pai a dirigir-se a ela…
Deu –lhe a mão.
Deu-lhe a mão para lhe dar confiança para que ela fosse para o meio da piscina fazer os exercícios.
Deu-lhe a mão para a integrar no grupo.
Para lhe mostrar que é capaz.
Para a ajudar a vencer o medo.
E ela?
Sorriu! Com sorriso de gratidão.
E eu?
Ia-me desfazendo em lágrimas.
Soube depois que ele faz sempre isto.
Em todas as aulas!
Dá-lhe sempre a mão para a ajudar.
E que agora a Senhora está mais confiante e que já faz mais exercícios.
Numa altura onde o tema do racismo está outra vez nas bocas do mundo…
Onde o desprezo e a indiferença pelo próximo são considerados comportamentos normais…
Onde o “dar a mão” alguém é cada vez mais raro…
Dá-me um orgulho do caraças ver o meu Pai a dar a mão a esta Senhora.
♥