O que eu acho das praxes? Nada!

Já tanta, mas tanta coisa foi dita e escrita sobre as praxes que não vou trazer nenhuma novidade.

Mas, no outro dia, acordo e enquanto tomava o pequeno-almoço deparo-me com uma notícia sobre uma praxe no Algarve com os seguintes ingredientes: praxe+praia+álcool e automaticamente a minha memória levou-me à fatalidade do Meco.

O que eu tenho a dizer sobre isto?

Muito pouco!

Mas na altura pensei assim:

Então mas ninguém aprendeu nada com a tragédia do Meco??

Oi??

Que se passa com esta juventude?

Falta de noção com certeza é uma das coisas que se passa.

Ora bem…

O que eu acho das praxes?

Nada. Não acho nada. Acho que cada um tem que ter a sapiência suficiente para saber que a praxe não é uma oportunidade de humilharem, maltratarem e porem em risco ninguém.

Acho ainda que desde o 25 de Abril de 1974 a liberdade é uma realidade e o saber dizer NÃO a uma praxe também o deveria ser.

Que à partida quem praxa são jovens (ou aqueles que andam décadas bêbados afim de acabar alguns dos vários cursos que se inscrevem) que por terem mais de 18 anos deviam ter 2 dedinhos de testa e saber que há coisas engraçadas e depois há estupidez acentuada.

Que se ter 18 anos já permite tirar a carta de condução, pedir empréstimo, votar e mais uma série de coisas, também devia permitir inteligência suficiente para perceber que enterrar pessoas bêbadas numa praia só corre bem se tiverem muita sorte. A correr mal, já não são adultos de 18 anos e já não dão a cara em tribunal (já vi isto em qualquer lado) e lá vão ter que ir os pais dar a cara porque o bebé de 18 anos fica incapaz de gerir as emoções, porque afinal também é uma vítima…

Que, a meu ver, a praxe deveria ser uma coisa divertida e não mais um golpe de bullying, visto que se passa o tempo todo a tentar sensibilizar os miúdos a não humilharem os outros.

Por isso, o que eu acho das praxes?

Nada.

Acho que cada um tem que apelar ao bom senso e à boa formação moral e humana que deveriam ter em casa.

Só isso.

Enfim…

praxe

6 Replies to “O que eu acho das praxes? Nada!”

  1. Pela primeira vez, não concordamos contigo   Mas discutir temas é bom, por isso cá vamos nós: As praxes que chegam à tv é como em tudo o resto. É o pior do pior do pior! Na realidade, há vários tipo de praxe. Nós os dois andámos por grupos de praxe distintos e não gostámos. Não gostámos e saímos. É isso que não conseguimos compreender no que tanto se comenta. “Aproveitam-se dos miúdos que não sabem dizer que não”. Então a culpa é da educação que tiveram. Não estão preparados para o mundo que os rodeia. Na vida vamos ter que nos negar a fazer muita coisa. Não nos podemos resumir a fazer o que os outros fazem, só porque ‘toda a gente’ o faz. Temos que avaliar de forma personalizada o que acontece. Tomar decisões, como, de resto, em tudo na vida! Nisto a culpa não é dos mauzões dos veteranos!

    De resto temos também que dizer que eu (Ela) fundei uma tuna académica, em Lisboa, e recusei-me a fazê-la anti-praxe. Eu (Ele) entretanto declarei-me anti-praxe, mas quando fui para a tuna, compreendi que existem vários tipos de praxe. A verdade é que por lá os veteranos acompanham os caloiros em praxes que fazem todos em conjunto. Ir a cantar no metro; fazer serenatas a pessoas que passam; ir perguntar como correu o dia de 10 desconhecidos, etc. Todos se podem negar a fazer qualquer praxe, e não é por isso que são excluídos. Todos conversamos e chegamos em conjunto a conclusões. Isto é que para nós é praxe. Não é andarmos todos sujos. Sujos só de suor e é por não pararmos de actuar de manhã à noite. Poderíamos contar muito mais, mas achamos que já serviu para contar o que já se passou e a nossa opinião.   🙂

  2. Afinal concordam comigo 🙂

    Dizer “não” como digo no texto: “Acho ainda que desde o 25 de Abril de 1974 a liberdade é uma realidade e o saber dizer NÃO a uma praxe também o deveria ser.” é um direito de todos e só não usufruem dele quem não quer.

    Quanto às praxes em si, eu não sou contra, desde que sejam praxes criativas sem humilhação ou violência, acho até que pode (e são) momentos divertidos, mas infelizmente não podemos fechar os olhos às tamanhas barbaridades que se fazem. Já nem falo no Meco que é um extremo, mas conheço pessoas que desistiram de cursos, que mudaram de faculdade porque não souberam dizer não, mas na verdade, não teriam que dizer não e alinhariam na brincadeira, se a praxe por vezes fosse isso mesmo, uma brincadeira. O que nem sempre o é.

    De resto concordo com vocês. o dizer não e praxes criativas e divertidas.

  3. Deixo aqui também a minha opinião sobre as praxes.
    Estou no 1º ano de Engenharia Informática e desde o inicio que queria ir experimentar as praxes para ver como eram e se iria gostar. Bem não foi nada o que eu estava à espera, eu nunca fui anti-praxe nem o sou mas a praxe que existe no meu curso e algo demasiado estupido para eu fazer parte daquilo(na minha opinião), fui 2 semanas e já saí.
    No primeiro dia estava ansioso e na expectativa de que a praxe fosse algo mesmo muito divertido mas desde cedo se revelou que não. A primeira coisa que nos fazem é contar até 10 à maneira do nosso curso e sempre que cada um falhava todos eram obrigados a “encher”, epá se fosse 1 ou 2 vezes até não me importava mas agora horas naquilo!! Tenho mais que fazer da minha vida mas continuando, nas praxes seguintes estava à espera que fosse algo de diferente mas enganei-me… Mais do mesmo, eram 5 horas de praxe, quase todos os dias por semana em que 90% do tempo era a fazer coisas estúpidas como encher, correr, fazer figuras de estupido junto a postes de iluminação. enfim, só mesmo uma ou outra é que fizemos algo engraçado tais como jogos ou contar histórias,etc. Resumindo, os meus praxantes eram pessoas normais, não obrigavam ninguem nem desrespeitavam só que a falta de imaginação era tão grande que passavamos horas e horas de pé a olhar para o chão, ou a tar de 4, de 3 ou simplesmente a encher e foi então que eu decidi que aquilo não era para mim. Eu já tenho problemas fisicos, eles sabiam e diziam me sempre que quando quisesse descanssasse mas mesmo assim, conheço amigos meus de outras universidades em que as praxes deles são como as praxes devem ser, jantares, saidas, alem de serem praxes ocasionais e não praxes que duram até maio e que praí ate novembro são quase todos os dias…~
    Mas como foi referido, existem praxes e praxes mas simplesmente a minha era para quem queria passar o dia a fazer exercicio e/ou fazer coisas estupidas. Se isso me vai afetar na integraçao? No inicio talvez, eu resido na área onde estudo e tenho inclusive amigos meus no meu curso mas sim acredito que possa não me integrar logo com todos os outros alunos mas isso depois com o tempo, jantares, etc acredito que faça bons amigos

    1. Olá Hugo!

      Obrigada pela visita. 🙂

      Pois infelizmente, o que mais se nota do que relatas e no que se passa pelo país inteiro é uma tremenda falta de criatividade, não quer dizer com isso, que todas acabem em violência e afins, mas no fim do dia o que falta mesmo é criatividade.
      Não acho qualquer piada à praxe que te fizeram, nem tão pouco consigo perceber o que isso acrescenta à vida de um estudante.
      Não sou anti-praxe, mas praxes sem criatividade, não entendo porque existem…
      Quanto à tua integração Hugo, espero que corra bem e acredito que vá correr. Umas jantaradas, uns convívios e tudo vai correr bem.
      A praxe devia servir para isso mesmo, para integrar os alunos uns com os outros.
      Desejo-te um bom ano lectivo! Que corra bem, que apanhes bons professores, que gostes das matérias e que te divirtas com amigos novos.
      Beijinho!
      Aparece mais vezes 🙂

      1. Pois, é verdade que muitas das praxes que passam na televisão são negativas e que existem muitas boas também, mas agora existem muitas praxes que mesmo não sendo tão extremas como as que aconteceram no meco e mais recentemente no algarve também existem muitas e isso não podem negar. Mas eu acho que a maioria dos que estão lá é mesmo só por causa das supostas “regalias” de quem pertence a praxe tais como trajar ou participar nas atividades praxistas. Eu ao fim da 1 semana já não estava com cabeça para aquilo mas tentei aguentar um bocado para ter estas supostas “regalias” mas não me sentia bem fazer uma coisa da qual não estava a gostar por isso saí na segunda semana.. E mesmo não sendo praxado sei que se quiser posso trajar e fazer outras coisas. Eu acho que no fundo a decisão cabe a cada um e para mim fazer uma coisa que não gosto para ter “regalias” que só duram um par de anos e depois arrumo-as pró lado não compensa. E acrescento ainda que é possivel mesmo sem ser da praxe ter uma vida académica boa, depende é de cada um, para mim uns jantares e umas saidas já é bom mas secalhar para outros é pouco.
        E tu? Tiveste praxes ou desde o inicio que não aderiste?

        1. Eu desconfio sempre de “regalias” que tenham que vir através de termos que nos vergar seja a quem for… E também esse tipo de regalias valem o que valem…
          Aproveita a vida académica dessa forma descontraída e divertida…e a estudar claro! 🙂
          Eu já foi à tanto tempo que nem me lembro ahahaha
          Mas confesso que praxes desse género não é a minha praia e aprendi a dizer NÃO muito cedo na vida, por isso, “há coisas que não me assistem”!
          Beijinhos!

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