Ewan McGregor comprou um cavaquinho e uma guitarra portuguesa.
Nicolas Cage ficou apaixonado pela marca Ach Brito e Sharon Stone já andou com um coração de Viana ao peito durante um passeio em Beverly Hills.
Estas são apenas algumas histórias de celebridades que se deixaram encantar não só por Portugal, mas também pelos produtos portugueses e que nos fazem sentir orgulhosos!
Para quem como eu passa a vida a viajar, sabe o gozo que dá quando vê um produto português além-fronteiras ou quando recebe um presente que transporta história, saberes e tradições das nossas gentes. Sim, porque, apesar de ter nascido na África do Sul, uma parte do meu coração pertence aqui.
Um dos últimos presentes que recebi mais do que uma história transporta o peso de um património que importa preservar. Falo-vos do queijo da Serra da Estrela!
Este queijo surge após um processo de pastagem e ordenha dos ovinos de raça “Bordaleira Serra da Estrela” e/ou “Churra-Mondegueira”, que são consideradas raças de superior aptidão leiteira.
Da receita faz parte ainda a acção enzimática das proteínas da flor do cardo provenientes da região demarcada do Parque Natural.
No entanto, o número de ovelhas de raça bordaleira e churra mondegueira tem vindo a diminuir ao longo dos anos, correndo-se o perigo de extinção de rebanhos e a consequente redução do leite produzido que dá origem ao famoso queijo da Serra.
Foi a partir desta constatação que surgiu o Movimento Salvas as Ovelhas, que visa proteger os nossos rebanhos, mas também impulsionar a produção dos queijos DOP da Serra da Estrela.
Às ovelhas e ao queijo da Serra da Estrela poderíamos juntar muitos outros produtos com tradicionalidades garantidas ou com reputação adquirida que nos cabe a nós preservar e não deixar cair em esquecimento.
Falo, por exemplo, do Azeite de Trás-os-Montes, do Borrego de Montemor-o-Novo, do Bacalhau de Cura Tradicional Portuguesa, da Carne de Porco Alentejano, do Mel da Serra de Monchique, do Queijo de Cabra Transmontano, do Leitão da Bairrada, da Farinheira da Sertã, da Cebola de Alcochete, do Figo Seco de Olhão, da Laranja de Ermelo, do Sal de Castro Marim, dos Adufes das Beiras, dos Barros de Redondo, das Bonecas Típicas da Nazaré, do Bordado de Guimarães, da Olaria de Barcelos, entre muitos outros produtos que são representativos de um saber fazer antigo e que têm a garantia do que é bom e respeito pelos territórios.
Tomar consciência da importância que a valorização da produção nacional representa para a sustentabilidade económica e a criação de emprego no nosso País é um primeiro passo. O outro passo depende da vontade de cada um em promover e orgulhar-se do que é nosso!
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