Este filme ofereceu-me uma instabilidade tal que acho que nunca me mexi tanto numa cadeira de cinema.
Angustiada. Chocada. Com o estômago revoltado. E uma noite de insónia pela frente.
Há muito que aprendi que há temas perigosos de serem abordados e a religião é um deles.
Assim sendo, vou tentar ser o mais correcta possível e tentar distanciar-me da dor (e não da novidade, penso que todos sabemos que isto existe) que este filme me trouxe.
Resumidamente o Spotlight é um filme baseado numa história verídica passada em 2001, em Boston, onde uma equipa especial de investigação (essa equipa dá o nome ao filme – Spotlight) de um jornal americano “The Boston Globe” faz uma reportagem casos de pedofilia na igreja católica.
Se este tipo de escândalos são novidade? Claro que não. Todos sabemos que acontecem, mas mesmo assim, não deixa de “doer” à medida que eles vão descobrindo provas, constatando factos. Queremos sempre que seja mentira ou ficção.
Se nos conseguirmos distanciar do tema central (e real) do filme, temos um elenco conhecido de todos nós com algumas interpretações muito boas, mas sinceramente, não vejo assiiiiiim nada do outro mundo para as nomeações que tem, ainda que ache a história fortíssima e muito perigosa.
Gostei particularmente da interpretação do actor Mark Ruffalo que fez de jornalista português Mike Rezendes!
Sobre a história em si, tenho que dar a minha opinião (ainda que controlada), eu tenho uma “teoria” sobre a imunidade da triologia da bata, ou seja, para mim padres/bispos, médicos, advogados/juízes têm um estatuto diferente quando toca a ser julgados pelo que fazem, têm um nível de imunidade bem superior ao do comum mortal. Não posso nem quero generalizar, mas a realidade ao longo dos anos mostrou-me isso mesmo.
É sabido que dentro das igrejas de passa muita coisa. É sabido que se protegem uns aos outros. É sabido que nem todos são pedófilos, como nem todos são como o Papa Francisco. Mas não se pode compactuar com estas ervas daninhas que destroem vidas para sempre. NÃO! NÃO!
São padres ou bispos, mas não são Deus, não podem ter imunidade como se fossem divinos.
Destroem vidas de crianças para sempre.
Roubam-lhes os sonhos.
Arrancam-lhes a alma.
São monstros.
Não podem ser protegidos.
Não podem simplesmente ser transferidos, têm que ser punidos.
Já chega desta corja!
Pronto… não me vou alongar mais, para não cair no óbvio da crítica descontrolada.
Voltando ao filme, basicamente a equipa especial Spotlight luta contra a liberdade de expressão e a vontade superior da verdade e justiça contra uma das maiores instituições do mundo e consegue provas suficientes para reabrir um processo contra a igreja católica.
Triste mesmo é nos créditos do filme, aparecer uma lista infindável de cidades onde foram descobertos mais casos de pedofilia e fica sempre a ideia que tantos mas tantos haverão a acontecer todos os dias, mesmo ao nosso lado que são encobertos por uma sociedade manipulada e tóxica.
Pois, acredito que este filme seja um despertar de consciências, principalmente por sabermos e ouvirmos tantos casos e por ser sustenado com casos reais no final… Uma tristeza, é o que é!
É mesmo :/
Isso é mesmo o pior!!! Vimos o trailer e ficámos com imensa vontade de ver e já nos doeu a alma…
Pois… é de doer mesmo! :/