Planícies douradas que desaparecem de vista e que combinam o seu próprio e calmo ritmo. No interior, os campos de trigo dourados ondulam ao vento, enquanto na zona costeira acidentadas praias aparentam nunca terem sido exploradas. A paisagem é preenchida com oliveiras que resistem à passagem do tempo.
Isto é o Alentejo, onde o tempo passa mais devagar.
Tive o privilégio de passar algum tempo nesta região no final do ano passado. Foi um tempo de bênção, com paisagens inesquecíveis, com a família e os meus cães, vinho e comida do melhor, aquilo a que chamo sequência de luxo.
O Alentejo é um sítio onde não custa acordar e que me deixa contente sempre que por lá estou. É lá que planto árvores, frutas e vegetais. O Alentejo leva-me a sentir que sou um ser humano e a testemunhar as maravilhas da mãe natureza.
No Alentejo consigo acompanhar de perto a Green Meridian, que conta já com uma área superior a 20 campos de futebol e onde são produzidas deliciosas framboesas e mirtilos. E sinto que é também lá que os meus filhos esquecem a PlayStation e a televisão, já que brincam, pintam e ficam mais criativos. E os dias são longos, parecem não terminar.
É no Alentejo que tenho mais tempo para fazer o que gosto como ler. Na minha última estadia nesta região aproveitei para ler o livro “Conquistadores – Como Portugal Criou o Primeiro Império Global”, de Roger Crowley. Uma obra que fala da descoberta do caminho marítimo para a Índia, das vitórias sobre governantes muçulmanos e do domínio do comércio das especiarias. Revela-nos o alcance do império português e dá vida a personalidades como D. Manuel I, D. João II, Afonso de Albuquerque e Vasco da Gama.
Crowley mostra-nos como uma das nações mais pequenas e pobres da Europa pôs em movimento as forças da globalização que hoje dão forma ao mundo. A esperança média de vida das pessoas não passava dos 45 anos de idade e estas ficavam longe da família e de tudo o que amavam durante 4 anos. Ao contrário do que acontece nos dias de hoje, só conseguiam enviar mensagens à mercê do vento, ou seja, através dos barcos à vela e recebiam resposta, quando recebiam, um ano depois. No entanto, conseguiram ser os primeiros empreendedores do mundo. Nunca sentiam que eram demasiado pequenos para fazer a diferença.
Quando viro a página volto à realidade e dou por mim a pensar que as pessoas estão realmente a voltar para o campo e para lugares como o Alentejo. Estão a voltar a dar valor aos ovos que vêm das galinhas e não dos supermercados.
Por isso deixo-vos aqui um desafio:
Em 2017 encontrem o vosso Alentejo, um sítio onde possam ser mais felizes. Eu, garanto-vos, já encontrei o meu!
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Veja também:
Nós ainda não encontrámos o nosso… Ainda assim, juntos conseguimos ser felizes sempre, em qualquer lado. Pena é que é tããão bom, que o tempo voa!
Tão queridos**